sexta-feira, 12 de abril de 2013

RESPOSTA INTERPRETATIVA-ARGUMENTATIVA: O QUE É E COMO SE FAZ


RESPOSTA INTERPRETATIVA ARGUMENTATIVA


Por incrível que possa parecer, em uma resposta interpretativo-argumentativa,o escritor precisa justamente responder a uma pergunta. Parece óbvio, mas é sempre importante prestar muita atenção no comando de produção. Mande a preguiça embora e leia-o uma, duas, três, ou quantas vezes forem necessárias até que se compreenda inteiramente tudo o que ele pede.



            Depois de compreendida a questão, é chegada a hora de sublinhar os pontos principais a serem respondidos. Isso é importante para manter o foco de sua resposta e ajuda a não esquecer cada questão que deve ser respondida.

            Elabore sua resposta de maneira mais completa possível, deixando claro seu posicionamento frente à temática discutida, pois, afinal, nenhum leitor será capaz de entrar em sua mente para descobrir o que você quis ou não dizer em uma frase ou outra.

            Suas ideias devem estar claras e a sua opinião deve ser marcada de forma efetiva, por isso, “ficar em cima do muro” do não é uma opção positiva. Assim como não o é o uso de expressões como: (1) em minha opinião, (2) sim, eu concordo ou (3) não, eu não concordo. Primeiramente, se se trata de uma pergunta e você está elaborando uma resposta para a mesma, é uma questão de lógica estar sendo expressa a sua opinião. Em segundo lugar, as expressões 2 e 3 “enfeiam” a sua redação, dando a sensação de vocabulário empobrecido, já que a exposição da opinião foi fracamente elaborada. É de extrema importância impressionar o seu leitor e convencê-lo de sua opinião, pois mostra que você, redator, de fato domina o assunto em questão.

Interpretar um texto significa mostrar que pôde compreendê-lo e que é capaz de dialogar com sua temática, relacionando-o até mesmo com assuntos externos ao texto. Já argumentar, significa fundamentar, justificar sua resposta. Dizer sim, não ou mesmo que o texto disse, não é suficiente. Quem ler sua redação vai sim querer saber o que você pensa, mas também quererá saber o por quê de sua opinião.

Imagine a situação hipotética na qual uma adolescente na faixa dos 15 anos de idade, quer muito ir a um show em um sábado à noite, mas tem pais são muito rigorosos e conservadores que não a deixa ir a “baladas” frequentemente. A menina então se aproxima da mãe e diz: “Mãe, eu quero muito ir ao show de sábado à noite, porque todas as minhas amigas irão e eu tenho certeza, de que a senhora também ia a shows quando tinha a minha idade”.

Apesar de esta personagem hipotética representar uma adolescente comum do ensino médio e que, provavelmente, tenha algumas dificuldades durante as aulas de produção textual em sua escola, ela faz uma argumentação completa, onde expõe o fato desejado, explicando o porquê de tal desejo e mais, justifica-o não apenas com um, mas com dois argumentos. Perceba como a argumentação não é algo tão distante de nossa realidade, de tal forma que está presente até mesmo em situações tão corriqueiras.

Outra questão importante para que se produza uma resposta interpretativo-argumentativa bem elaborada é: corra dos clichês e frases feitas. Eles não são uma boa opção para fundamentar seu texto em contexto algum. Na verdade, este tipo de recurso torna a sua interpretação vaga e sem propósito objetivo.

E, por fim, sempre organize sua resposta de forma que, quem a ler, não precise da pergunta para compreender seu raciocínio, a sua opinião. Ao se atentar a esta dica, sua resposta ficará mais completa, proporcionando ao seu leitor uma fluência bem melhor.



ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL


A coletânea de textos a seguir aborda a temática O destino dos resíduos urbanos atualmente nas  cidades. Tendo-a como apoio,  redija os gêneros textuais solicitados.
Destinação correta dos resíduos sólidos urbanos requer inicialmente investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão
Mônica Pinto
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil é um estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe – desde 2003. Em sua segunda edição, com dados referentes ao ano de 2004, ele mostra que a questão do lixo no país demanda não só vontade política para fazer andarem os projetos, para levar ao povo procedimentos de asseio basilares. Mais que isso, todo esse processo requer investimentos vultuosos, da ordem de R$ 1,3 bilhão na fase pré-operacional e R$ 80 milhões/mês na fase operacional.
(...)
O Brasil tem hoje 237 cidades, em todas as regiões, com coleta seletiva de lixo. Parece pouco diante do universo de 5.560 sob a bandeira verde-amarela, mas a curva é ascendente e os números otimistas. Ainda mais se observados os estímulos à reciclagem, que invariavelmente caminham junto com a coleta seletiva. Os dados mais significativos quanto à reciclagem podem ser sintetizados a seguir:
• a taxa de recuperação de papéis recicláveis evoluiu de 30,7%, em 1980, para 43,9%, em 2002;
• a reciclagem de plásticos pós-consumo é da ordem de 17,5, sendo que, na Grande São Paulo, o índice é de 15,8% e, no Rio Grande do Sul, é da ordem de 27,6%;
• a reciclagem de embalagens PET cresceu de 16,25%, em 1994, para 35%, em 2002;
• a reciclagem das embalagens de vidro cresceu de 42% para 45% entre 2001 e 2003;
• o índice de reciclagem de latas de aço para bebidas evolui de 43%, em 2001, para 75%, em 2003.
(Texto adaptado de http://noticias.ambientebrasil.com.br/exclusivas/2005/06/28/19786-exclusivo-destinacao-correta-dos-residuos)



Você sabe a diferença entre lixão, aterro controlado e aterro sanitário?
Um lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Não tem sistema de tratamento de fluentes líquidos – o chorume (líquido preto que escorre do lixo). Este penetra pela terra levando substâncias contaminantes para o solo e para o lençol freático. (...) No lixão, o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as consequências ambientais e sociais negativas.
Já o aterro controlado (...) é uma célula adjacente ao lixão (...) que recebeu cobertura de argila, grama (idealmente selad o com manta impermeável para proteger a pilha de água de chuva), captação de chorume e gás. (...) Tem também recirculação do chorume que é coletado e levado para cima da pilha do lixo, diminuindo a sua absorção pela terra ou eventualmente outro tipo de tratamento. (...)
Aterro sanitário (...) tem o terreno preparado previamente com o nivelamento de terra e com o selamento da base com argila e mantas de PVC extremamente resistente. Com essa impermeabilização do solo, o lençol freático não será contaminado pelo chorume. (...) A operação do aterro sanitário, assim como a do aterro controlado, prevê a cobertura diária do lixo, não ocorrendo a proliferação de vetores, mau cheiro e poluição visual.



GÊNERO TEXTUAL - RESPOSTA INTERPRETATIVA ARGUMENTATIVA


Redija, em até 15 linhas, uma resposta interpretativa, que indique quais são as formas de tratamento dos resíduos urbanos no Brasil, definindo aquela(s) que melhor atenda(m) as cidades atualmente.



Exemplo de resposta:
            As formas de tratamento de resíduos urbanos no Brasil são: reciclagem, aterro sanitário, aterro controlado e lixão. Os aterros, embora melhores que o lixão que prejudica a natureza, são caros para um país pobre como o nosso e levaria muito tempo para serem instalados em todas as cidades. Ainda mais o aterro sanitário que tem uma cobertura com um material PVC, enquanto o aterro controlado impede apenas que vetores, como aves e insetos se instalem nos depósitos.
            Por isso, a melhor forma de tratamento de resíduos urbanos atualmente no país é a reciclagem que parte da coleta seletiva, gerando renda familiar e protegendo a natureza. Além de todas essas formas de tratar os lixos, há a incineração que consiste na queima de lixos e não foi citada na coletânea, mas que é uma prática comum e prejudica bastante a natureza, ao contrário da reciclagem.  


3 comentários:

  1. Olá, esta postagem foi um auxilio para minhas provas acadêmica. Também gostarai que postasse, como fazer resenhas, critica e temática. E como se faz fichamento.

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  2. Olá, sou estudante e, inicialmente, gostaria de agradecer a vocês por esse excelente trabalho, que é realmente esclarecedor. Mas tenho uma pequena dúvida. Em respostas argumentivas, é permitido usar a primeira pessoa?

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  3. É o seu argumento, não é? Logo, pode e deve. Se o enunciado utilizar expressamente: "o que você pensa"; "Expresse sua opinião"; você deve utilizar a primeira pessoa do singular, "Eu penso que...". "Acredito que...". Caso contrário, você poderá utilizar a primeira pessoa do plural: "Acreditamos", "Podemos concluir", "Chegamos à conclusão". Segundo minha filha que é estudante de Letras, e corretora de redação.

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